terça-feira, 11 de maio de 2010

GENETICA: O INÍCIO DE UMA DISCUSSÃO



Comecemos do começo: conceitos básicos.
Quase todas as células dos seres que tem mais de uma célula apresenta uma estrutura chamada núcleo, onde estão armazenados os famosos cromossomos. Os cromossomos são na verdade um conjunto de genes, e em linhas gerais, cada gene é responsável pela construção de uma proteína, e cada proteína é responsável por uma funçao ou estrutura do corpo desse ser vivo. Claro que nada é tão simples assim, pois na prática sempre existe mais de um gene, ou seja, mais de uma proteína que regula ou compoe uma única função ou estrutura.
Vamos para alguns exemplos:
A melanina, responsável pela coloração de pele, pelo, cabelo, olhos, etc; é uma proteína que é fabricada em uma célula específica chamada melanócito. Dentro desta célula, ela é armazenada em vesículas que vão migrando de célula pra célula até chegarem, por exemplo, nas células vivas mais superficiais do corpo, e assim conferindo a coloraçao da pele pois se tornam visíveis. Esta proteína não é fabricada por um gene específico, mas sim vários genes produzem várias proteínas diferentes que participam de reaçoes químicas que tem como produto final a melanina. O albinismo, que é definido pela ausência de melanina, pode ter várias origens: falta de melanócitos, falta de alguma proteína que participa da reaçao química de formaçao da melanina, erros no mecanismo de transporte da melanina para que esta se torne visível, etc.
Claro que, dentre todas as possíveis causas do albinismo, existe uma que explica quase que 100% dos casos, que é um defeito em uma proteína (enzima) chamada tirosinase, que tem papel importante na cadeia de reações de formação da melanina. Ou seja, na imensa maioria dos casos, temos o albinismo em um ser vivo que apresenta o gene responsável pela tirosinase inativo.
E assim, fazendo um levantamento dos genes que funcionam e dos que não funcionam em um indivíduo, podemos por vezes chegar na causa genética de determinado problema.
Mas voltemos aos cromossomos: a espécie humana tem 23 pares de cromossomos. Cada par é composto por um cromossomo que veio da mãe e outro cromossomo que veio do pai. Desses 23 pares, um par em especial é composto por cromossomos sexuais, que podem ser do tipo X ou do tipo Y. Em outras palavras, podemos dizer que na espécie humana, encontramos no núcleo de quase todas as células 22 pares de cromossomos autossômicos (responsáveis pela definição de características gerais) e 1 par de cromossomos sexuais (responsáveis pelos caracteres sexuais e por alguns outros não relacionados ao sexo).
Os cães possuem 39 pares de cromossomos, destes, 38 são autossomicos e 1 par de cromossomos sexuais.
Os cromossomos nada mais são do que uma corrente de genes, e desta forma, os genes que formam os cromossomos também estão aos pares nas células dos seres vivos. Cada par de genes é formado por um gene que veio do pai e um gene que veio da mãe. Muitas vezes acontece de um dos genes ser defeituoso, porém o seu par ser funcional, e este último consegue suprir a funçao do gene defeituoso.
Por exemplo: vamos considerar que o gene “A” é o responsável pela produção da tirosinase. Quando este gene apresenta alguma anomalia e não consegue produzir a tirosinase, chamaremos ele de “a”.
Se uma pessoa herdou um gene “A” do pai e um gene “A” da mãe, esta pessoa terá a produçao normal de tirosinase, e assim não vai apresentar o albinismo. Se uma pessoa herdou um gene “A” do pai e um gene “a” da mãe, esta pessoa também terá a produçao de tirosinase, porém em menor quantidade, mas mesmo assim o suficiente para não ser albina. Já em um terceiro caso, onde essa pessoa tenha recebido um gene “a” da mãe e um outro gene “a” do pai, essa pessoa apresentará albinismo.
Chamamos essa relação entre os genes “A” e “a” de dominância: “A” apresenta dominância em relação a “a”, e o gene “a” é chamado de recessivo.
Faz-se necessário agora definir os termos genótipo e fenótipo. Genótipo é a característica genica do indivíduo, e fenótipo é a expressão visível ou detectável do genótipo. Vamos tentar entender melhor isso usando o exemplo do albinismo:
Uma pessoa com genótipo “aa” tem o fenótipo albino. Já os genótipos “Aa” e “AA” apresentam o fenótipo normal. Viu? Não é tão dificil assim!!

Simulações de cruzamentos
Existem tabelas que podemos elaborar para assim conseguirmos prever a manifestação de alguma característica genética. Continuaremos usando como exeplo o albinismo.
CASO 1: Em um cruzamento de indivíduos normais para o albunismo AA x AA, temos o seguinte resultado:
Mãe

Pai
A
A
A
AA
AA
A
AA
AA

Interpretaçao da tabela: se cruzarmos dois indivíduos com genótipo AA e fenótipo normal para o albinismo, teremos 100% dos descendentes com genótipo AA e fenótipo normal.

CASO 2: Em um cruzamento de indivíduos de fenótipo normal para o albinismo e genótipo Aa x Aa, temos o seguinte resultado:
Mãe

Pai
A
a
A
AA
Aa
a
Aa
aa

Interpretaçao da tabela: se cruzarmos dois indivíduos com genótipo Aa e fenótipo normal para o albinismo, teremos 3 genótipos diferentes possíveis nos descendentes: AA, Aa e aa, sendo que os que herdarem o genótipo AA e Aa apresentarão o fenótipo normal para o albinismo e os que herdarem o genótipo aa apresentarão o albinismo. Em outras palavras, os descendentes deste cruzamento apresentam 25% de chance de serem albinos.

CASO 3: Em um cruzamento de indivíduos com fenótipo albino, e que necessariamente apresentam genótipo  aa x aa, temos o seguinte resultado:
Mãe

Pai
a
a
a
aa
aa
a
aa
aa

Interpretaçao da tabela: se cruzarmos dois indivíduos com genótipo aa e fenótipo albino, teremos 100% dos descendentes com genótipo aa e fenótipo albino.
 

Quer uma sugestão? Tente montar a tabela de cruzamento entre os genótipos AA x aa e AA x Aa, e veja os resultados.
Existe uma certa polêmica se o albinismo verdadeiro existe ou não em cães. Por hora não vou entrar nessa discussão pois preciso estudar mais, porém gostaria de destacar que akitas brancos não sao albinos, ok? Se você observar atentamente, os akitas brancos apresentam coloração (melanina) nos lábios, olhos, vulva, ânus, etc... 
Abaixo algumas imagens que achei pela internet a fora de animais albinos:



Aguardem a continuaçao, onde serão discutidas as bases genéticas do pelo longo e de algumas doenças genéticas no akita.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Como acabar com uma raça.


Existem sim várias maneiras de extinguir uma raça. Vou tratar aqui apenas de um aspecto desse processo de extinçao, de algo que vem me tirando o sono. Sabemos que em uma raça de cão, o que importa mais é a tipicidade. E quando falo em tipicidade, não estou me restringindo à cabeça. Um cão de raça tem que ter cabeça típica, estrutura típica, movimentação típica, temperamento típico, e saúde!
Dentro deste universo, cada criador dá preferência ou prioriza os critérios a serem trabalhados. Alguns apenas querem melhorar os cães que possuem, segundo os seus critérios. Outros querem contribuir para a melhoria do plantel nacional, segundo o seu critério. Existem ainda os que pensam grande, que almejam melhorar a qualidade do plantel mundial, seguindo, claro, as suas prioridades e seus critérios.
Respeito aqueles criadores que unem informação, estudo, planejamento e coerência no ofício de criar, mesmo que seus critérios sejam diferentes dos meus, mas não me obriguem a aceitar a fraude, a incoerência ou a ignorância do quintal do lado.
Fazendo um recorte do que coloquei acima, e tocando justamente no ponto que vem me tirando o sono, a ignorância, ou simplesmente a falta de informaçao.
O akita é um cachorro que, quando dentro da tipicidade da raça, apresenta algumas peculiaridades de temperamento que o tornam uma inconveniência para os desinformados. É um cão teimoso demais, que responde aos comandos apenas quando consegue ver uma razão para fazê-lo. É um cachorro anti-social com outros cachorros, não importa a raça e nem o porte. Mas importa o sexo: existe uma chance de a convivência entre casais ser harmônica, desde que alguns cuidados sejam tomados, porém não espere a paz no convívio entre um akita e outro cão do mesmo sexo.
Justamente por isso, a introdução de um novo cão em uma casa onde tem um akita é algo demorado e que precisa de cuidado, conhecimento de dinâmica de matilha e persistência. Quando determinadas regras não são seguidas, acontecem as famosas brigas onde os cães ora saem mutilados, ora morrem.
O akita dentro da tipicidade da raça não gosta de muita intimidade com pessoas que não são do seu convívio. Rosnados e mordidas acontecem com quem força a barra na aproximação. Isso quer dizer que, ou as suas visitas sao muito bem informadas por voce sobre como deve ser a abordagem do cachorro, ou então é mais prudente que voce prenda seu akita durante a permanência das visitas em sua casa.
O akita dentro da tipicidade da raça não deve andar sem guia na rua e deve sempre estar preso nos momentos de tirar e guardar o carro na garagem. Estamos falando de uma raça primitiva, onde os instintos são muito fortes. Por mais que seu akita seja supostamente adestrado, em situaçoes onde ele tem acesso a rua sem contenção, o risco de acidentes acontecerem são imensos. Se seu akita avistar um cachorro e sair correndo atras dele, não adianta gastar saliva e pulmão gritando o nome dele, ele não vai voltar só porque você o está chamando.
O akita dentro da tipicidade da raça é um cão fiel, que quando respeitado é incapaz de atacar o dono, que independente de chuva ou sol ou doença estará sempre no lugar do quintal onde ele consegue ver as entradas do terreno e da casa,
É um belo cão quando bem cuidado e quando corresponde à tipicidade da raça: suas orelhas podem ser médias ou pequenas, desde que corretamente inseridas. Seus olhos podem ser mais ou menos angulados, apresentar diferentes formatos e tamanhos, desde que sejam triangulares. Sua pelagem pode ser branca, tigrada ou vermelha, desde que apresente subpelo denso e sobrepelo abundante duro e espetado. E por aí vai!
E sobre acabar com a raça? Bom, alguns me criticaram por propor a venda de filhotes castrados, justamente usando como argumento que isso acabaria com a raça. Vamos por partes. Em primeiro lugar, um criador nunca realiza um cruzamento sem a intenção de segurar um filhote para si ou encaminhar alguns filhotes para outros criadores. Esses filhotes não castrados, nas mãos de criadores, por si só já asseguram que a raça não vai se extinguir por falta de cães. Vejam bem, estou falando de criadores e não de reprodutores de akita!
E os filhotes não castrados que são comprados por pessoas que não tem a intenção de criar, mas sim querem um guardião e companheiro? Bom, essas pessoas, na grande maioria das vezes por ignorância (lembrando que ignorância é a falta de informação, e não a falta de capacidade de aprender), acabam cruzando seu akita com o akita do vizinho. São cruzamentos não planejados, em locais sem estrutura, e o que é mais grave, sem o acompanhamento de um veterinário ou pessoa experiente em ninhadas.
Existe uma idade correta para realizar a vacinação e a vermifugação dessa ninhada, de iniciar os banhos de sol, de se introduzir água, papinha e raçao, de se cortar a amamentação. Não é simplesmente deixar a natureza seguir seu rumo. Existem questões técnicas de manejo que devem ser seguidas quando temos uma ninhada em casa! A saúde da mãe e dos filhotes é posta em risco por falta de informação. A escolha dos novos donos é mal feita por falta de experiência.
Temos também a geração de “akitas” que não enrolam o rabo, de olho redondo, pelagem rala e baixa, orelhas imensas e em pé... ou seja, são produzidos filhotes que, apesar de lindos aos olhos do dono, estão muito longe de corresponder à tipicidade da raça, e seguindo a premissa acima, de que um cão de raça deve possuir a tipicidade daquela raça em vários aspectos, esses filhotes não são akitas.
Esses proprietários não conhecem o pedigree dos cachorros, linhas de sangue, não acompanham o aparecimento de doenças genéticas nessas linhas de sangue, correndo o risco de fechar o cruzamento em cães que já produziram descendentes doentes e produzir ninhadas inteiras com adenite sebácea, síndrome do akita e outros problemas... aliás, esses proprietários sabem o que é um cruzamento fechado? Sabem da existência dessas doenças?
E os donos dos pais, que só conviveram com 1 ou 2 akitas na vida, por ignorância postulam que os filhotes vão ter o temperamento dos pais, as vezes mais calmo, as vezes mais arredio, e com isso aumentam as chances de esses filhotes caírem em lares de pessoas despreparadas, e acidentes aconteçam, como ataques, fugas, brigas com outros cães, o que pode sim fazer com que a raça adquiria uma fama errada, e comece a sofrer preseguições como sofre hoje em dia o americam pit bull terrier. São constantes as ameaças do poder público em tornar OBRIGATÓRIA a castraçao de todo e qualquer pit bull, o que levaria ao fim da raça.
Concluímos que, em geral, a reproduçao de akita fora da mão de criadores gera cães tão atípicos que eu ouso dizer que não são akitas, com grandes chances de possuírem problemas genéticos, que vão parar nas mãos de pessoas despreparadas provocando acidentes tornando a “raça” mal vista. Ora bolas, existe forma mais eficiente de acabar com uma raça do que essa?
Por outro lado, a reproduçao de cães de raça realizada por criadores, por vezes também gera cães com males genéticos, por vezes os filhotes também vão parar em casas de pessoas despreparadas para possuir um cão daquela raça, e etc. Ou seja, apesar de todo o planejamento, estudo e experiência, nada garante que aspectos negativos da raça não apareçam. Mas esses desvios de percurso não acontecem por ignorância ou falta de responsabilidade! Ficou clara a diferença?
Restringir a reproduçao de cães de raça apenas aos criadores, na minha opinião, é o modo mais seguro de garantir a continuidade de qualquer raça.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

o que significa um ranking afinal?

Foi sem querer e por acaso, que um amigo se dirigiu a nós e perguntou se sabíamos quem estava em primeiro lugar no ranking parcial de akitas jovens, e logo em seguida, sem dar chances para palpites, disse que era o nosso Shun! Tínhamos consciência de que ele estava se saindo muito bem nas exposiçoes, sabíamos do seu potencial, mas não passou por nossa cabeça que ele poderia ser o akita jovem de 2009 com melhor desempenho nas pistas. E ficamos muito emocionadas... a partir daí pensamos, por que não? Por que não tentar manter esse primeiro lugar?

E assim os finais de semana foram se passando e estávamos sempre la, com nosso jovenzinho nas exposições.

Não nos enganamos e não queremos enganar ninguem.... o que afinal de contas significa um primeiro lugar em qualquer ranking na cinofilia? Significa simplesmente que, no mínimo, o seu cão é acima da média em relação aos seus concorrentes do momento. Não quer dizer que ele é perfeito, não quer dizer que ele é melhor do que todos os outros, nem sequer quer dizer que ele é excelente. Vejam bem: um cão muito bom que em determinada ocasião se confronta com cães bons, pode ser um ganhador de ranking (lembrando que na cinofilia, o “muito bom” e o “nada”são a mesma coisa).

Além desse aspecto, temos que ter em mente que um ranking é um jogo onde contam qualidade e quantidade. Um cão excelente que se apresenta em apenas uma exposição nao consegue acumular pontos o suficiente para ganhar um primeiro lugar de ranking... e por aí vai.

Nosso senso crítico não foi e espero que nunca será abafado por um ranking. Ganhando ou não ganhando, continuamos sabendo de defeitos e qualidades do nosso jovenzinho, e estamos ai, perseguindo bons juízes, frequentando especializadas da raça, para sempre e sempre nos surpreendermos com novas descobertas sobre nosso Shun, e sobre todos os nossos outros akitas.

Este foi o ano dele, foi o ano que nosso menino, mesmo jovem, ficou entre os 10 melhores cães adultos do Brasil nos dois rankings de grande importancia para nossa cinofilia. Também foi o ano em que Shun se manteve em primeiro lugar no ranking de promissores do Dog Show e fechou o ano como o melhor akita jovem do Brasil igualmente no Dog Show e no da CBKC. Ficou também muito bem colocado no ranking do CPA, junto com outros akitas adultos.

Jiyu Go de Yamada, mãe do Shun, também se destacou neste ano de 2009. Além de ganhar o Best In Speciality Show com o Sr. Ulisses Guedes na última especializada do ano, mesmo indo em poucos eventos conquistou o primeiro lugar dentre os akitas de São Paulo no ranking Dog Show, e ficou dentre os 10 primeiros colocados nos rankings nacionais Dog Show, CBKC e CPA.

Isso não faz de nossos akitas cães perfeitos, mas faz deles akitas de muita qualidade e presença. O que ganhamos com isso? Satisfação, e talvez um incentivo para continuar, sabendo que dentre os vários erros que podemos cometer no oficio de criar, também temos alguns acertos. E também desconfiamos que talvez nosso Shun e nossa Jiyu não sejam apenas akitas acima da média, mas sim um pouco mais que isso.
Enfim, vamos que vamos, e que venha 2010, que com certeza será um ano de muito, mas muito trabalho!!!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

o ofício de criar

Criar uma raça é um hobby, mas isso não quer dizer que não deva ser levado a sério.

Precisa, acima de tudo, de equilíbrio, porque a criação é uma atividade relacionada a seres vivos: cães e pessoas. Existem vínculos afetivos dentre os cachorros, dentre os cães e o criador, dentre os cães e o seu dono, e todos esses personagens não são fantoches que podem ser manipulados pelo prazer e ego do criador desequilibrado. Preservar esses vínculos é uma prioridade e uma questão de respeito à vida.

Os cães existem para proporcionar alegria e qualidade de vida pra humanidade. Não é certo que cães existam para serem devolvidos, sacrificados, apenas pra reproduzir e ganhar exposições, para apanhar. Se é pra isso que você está fazendo cães no seu quintal, por favor, não os faça. Se é pra isso que você está acumulando cães em casa, por favor pare enquanto é tempo.

Para criar bem uma raça você precisa ser integro com seus cachorros, colegas de criação e clientes. Precisa ser correto sem ser ingênuo, ou seja, aceitar que existe a corrupção e fazer a opção por não participar dela. Precisa deixar a razão falar mais alto para preservar a emoção, pois você precisa se planejar na escolha dos cães e na quantidade de exemplares que pode abrigar. Tem que exercitar o desapego e deixar seus cães se vincularem a outros, afinal de contas esses cães terão que viajar pra exposições e coberturas, e nem sempre você estará disponível para acompanhá-los.

Deve estar preparado para perdas e muito, mas muito sofrimento nas várias partidas que irá enfrentar. Deve ter apoio da família, ou pelo menos das pessoas que moram junto com você, pois a sua ausência e a presença dos cães fará diferença pra eles.

Deve estudar muito muito muito, e depois que achar que já aprendeu bastante coisa, estude dez vezes mais. Deve não reter as informações que estudou, e sempre sempre sempre estar disposto a entender o ponto de vista do outro, mesmo que não concorde com ele.

Deve ter dinheiro, pois como grande parte dos hobbies, sem investimento não existe qualidade, e a criação de cães de raça não é uma atividade barata. E deve acima de tudo priorizar a qualidade de vida dos seus cães.

Então, se você não tem segurança de que a criação é uma tarefa que você aguenta carregar, faça um favor para a raça e para a cinofilia, nem comece. E aí, tem certeza que vai encarar? Faça uma auto crítica e não se engane, pois o fardo é pesado.